quarta-feira, 29 de abril de 2009

Professores do Recife entram em estado de greve


Os professores da rede municipal do Recife decidiram, por maioria absoluta, na tarde de ontem, durante assembleia, entrar em estado de greve a partir de hoje. A categoria chegou à decisão alegando que a Prefeitura do Recife não apresentou posição favorável a pauta de reivindicações que contém 49 tópicos. Entre os pontos em destaque estão: melhores condições de trabalho, cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras e Vencimentos (PCCV), convocação de concursados para retirar os estagiários de sala de aula e adesão ao plano de saúde municipal, que não está recebendo nenhum servidor.
A coordenadora geral do Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere), Ana Cristina Davi de Souza, afirma que a prefeitura vem descumprindo a exigência da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que é de um aluno por metro quadrado, além de estabelecer o número máximo alunos em sala de aula. “No grupo I, da educação infantil, o máximo permitido são de 15 alunos, hoje, encontramos até 30 em uma única sala”. Outro fator considerado ruim, no âmbito de condições de trabalho é a falta de um auxiliar em educação. Para ela, a solução seria relocar os 900 estagiários em regência de classe, ou seja, que dão aula no lugar de profissionais, para este trabalho.
“Os estagiários deveriam estar acompanhados por profissionais. E diante do déficit de professores por que não chamar os aprovados no concurso realizado em 2007?”, questiona. Outra reivindicação é a volta do convênio da prefeitura com a Universidade de Pernambuco (UPE) e com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para que os professores que não possuem nível superior possam se qualificar.
No último dia 20, a Prefeitura do Recife anunciou que 286 professores da rede municipal seriam enquadrados na Lei Federal 11.738/08, ou seja, a Lei do Piso Nacional do Magistério, que prevê vencimentos mensais de R$ 1.132, 40 para uma carga horária de 200 horas/mês. A medida, que terá o valor retroativo para janeiro deste ano, vai beneficiar todos os professores com o curso médio do magistério. O que era para ser comemorado foi recebido pela categoria como desrespeito porque descumpre o PCCV.
“Queremos que a decisão passe a valer para todos os professores e não apenas os que estão no início de carreira”, afirma a coordenadora do Simpere. A próxima assembleia será realizada amanhã, em conjunto com servidores da prefeitura para forçar uma mesa para negociação. No próximo dia 5 de maio haverá o que a categoria chamam de “greve branca”, ou seja, as duas últimas aulas serão vagas. Já no dia 12 maio uma nova assembleia decidirá se a greve será decretada. Em resposta, a assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Educação afirmou que a só vai se pronunciar após receber comunicado oficial do sindicato.

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