segunda-feira, 8 de junho de 2009

I campanha contra acidentes com escorpião é lançada em Recife

O Centro de Assistência Toxicológica do Hospital da Restauração (Ceatox-HR), referência estadual em atendimento por intoxicação exógena (provocadas por substâncias do ambiente, como ar, água, plantas, alimentos) e acidentes por animais peçonhentos, registra uma média de 1,5 mil ocorrências por picada de escorpião por ano. Em 2009, já foram registradas 425 vítimas. E é no inverno, principalmente nos períodos de chuva, que vão de junho a agosto, que estes números se tornam mais expressivos. Os sintomas vão de dores intensas, calafrios, taquicardias, náuseas e vômitos até a morte, no caso das crianças e idosos. Por isso, nesta segunda-feira (08), a Secretaria Estadual de Saúde e o Ceatox-HR irão lançar a I Campanha de Prevenção a Acidentes com Escorpião, com ações voltadas para profissionais de saúde e o público em geral.
A abertura acontecerá às 9h, no Auditório do HR, com um seminário sobre diversos aspectos envolvendo o animal, desde seu habitat e modos de prevenção ao atendimento clínico dos pacientes. Esta iniciativa será voltada para médicos e enfermeiros da rede básica e policlínicas e técnicos em vigilância ambiental e epidemiológica de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Paulista, Cabo de Santo Agostinho e Igarassu – de onde provêm mais de 90% da demanda por picada de escorpião do Ceatox-HR. Durante o seminário, também serão entregues panfletos e cartilhas educativas aos representantes dos municípios para serem trabalhados junto às comunidades. Paralelamente ao evento, haverá uma exposição de escorpiões Tityus stigmurus, responsáveis pelos acidentes em Pernambuco, em simulações de ambientes favoráveis à sua proliferação, além de outras espécies encontradas no Estado, mas que não oferecem perigo à população. Haverá ainda exibição de banners, cartazes e vídeos sobre os cuidados que se deve ter com o animal. Já na terça (9), as ações serão realizadas junto ao público, na Estação Recife (Central) do Metrorec, a maior em circulação de usuários por dia - cerca de 35 mil pessoas.
De acordo com Lucineide Porto, a população precisa conhecer o animal, os perigos que ele pode causar e como agir diante da situação. Além do avanço das moradias urbanas mata adentro, as chuvas frequentes acabam alagando o habitat natural dos escorpiões. Isso provoca o seu surgimento nas proximidades das residências. De acordo com ela, o animal vêm em busca de abrigo e comida. Como se alimentam de animais de pequeno porte e alojam-se em entulhos, a melhor prevenção é manter o entorno das moradias sempre limpo, sem baratas, aranhas, grilos ou cupins, e evitar o acúmulo de lixo, metralhas e pedaços de madeira. E como nem sempre eles entram pela porta da frente, é importante se vedar ralos de banheiros e pias.
Vale salientar, ainda, que o escorpião não ataca, mas se defende. Por isso, a maioria das picadas são nas extremidades do corpo, como mãos e pés. Geralmente são quando as pessoas vão calçar o sapato ou pegar algum objeto debaixo de um móvel. É importante redobrar a atenção, principalmente com crianças, que podem querer brincar com o bicho. O certo a se fazer, no caso dos adultos, é lavar o ferimento com água e sabão e procurar atendimento na unidade de saúde mais próxima, que fará o encaminhamento necessário. Já as crianças e idosos devem ser levados de imediato para as unidades de referência. No Interior do Estado, são os Hospitais Regionais. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), é o Ceatox-HR.

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